quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ó do Borogodó

Ontem foi um dia em que eu queria sair de casa de qualquer jeito. Pensei em correr no Ibirapuera e desisti. Olhei as opções de filmes em cartaz no cinema e nada me atraiu. Eis que, jogando uma informação aqui e acolá no Google, surgiu o Ó do Borogodó.

A casa sequer tem site e é bem informal. Se você pensa que vai encontrar uma mega estrutura, vários garçons e gente cheia de frescuras, esqueça. O ambiente é simples e bem agradável.

Fabio Wright, numa resenha para a Veja São Paulo, escreveu que o lugar "pode ser considerado uma encarnação da Lapa carioca em São Paulo. Lembra em muitos aspectos certos botequins daquele pedaço boêmio do Rio de Janeiro, do público de jeitão desencanado ao ambiente sem frescura, passando pela programação ao vivo centrada sobretudo em samba e chorinho de qualidade". 

Todos os dias, há música ao vivo, geralmente samba ou chorinho, mas os músicos não ficam num palco, e sim num cantinho do salão. Muitos cantam lá há bastante tempo, como a Dona Inah. Nos banheiros, inclusive, há mensagens escritas por frequentadores em "homenagem" a ela: "Dona Inah, conheci Fulana num show seu", e outras do gênero.

Foto: Raul Zito
Há poucas mesas e, portanto, bastante espaço para quem quer dançar. O público é bem eclético: vi muitos turistas estrangeiros, mas com o passar das horas começaram a chegar pessoas que me pareceram ser frequentadoras assíduas. Todo mundo dançando com todo mundo, sem se preocupar com a falta de ritmo ou gingado.

O cardápio não é variado, mas as opções são baratas e com porções generosas. Comemos carne seca com abóbora, que estava deliciosa e ainda vinha acompanhada de pão. De sobremesa, banana da terra com sorvete. Simples, barato e delicioso. A caipiroska (ou caipirinha de vodka, como costumam chamar aqui) custa apenas R$ 14 com Absolut! As cervejas de 600 ml estão na faixa dos R$ 7.

Cobra-se um valor de entrada e o consumo é anotado numa fichinha com seu nome. Só é possível pagar com dinheiro ou cartão de débito, numa fila única, o que pode ser um pouco chato quando a música termina. Então, melhor se prevenir e pagar antes de todo mundo decidir ir embora.

Mesmo sendo um lugar que, de cara, parece "precário", o bom astral reina e perdura até a alta madrugada.
O Ó do Borogodó fica em Pinheiros, na Rua Horácio Lane, 21, quase na esquina da Rua Cardeal Arcoverde, atrás do Cemitério São Paulo. É de fácil acesso para quem vai de ônibus e tem serviço de manobrista para quem preferir ir de carro. 

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