segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Restaurante Raful: cozinha árabe

Graças a uma dica da minha amiga Jana, viciei no restaurante Raful, que, pra mim, é o melhor restaurante árabe de São Paulo. Esqueçam os eleitos melhores do ano, os guias de revistas conhecidas ou as dicas de lugares "top" da cidade. O Raful é parada obrigatória para quem decide enfrentar a loucura da Rua 25 de março. No meio daquela multidão toda, é a certeza de comida boa e barata.


Já perdi as contas de quantas vezes estive lá e nunca enjoo. Não suporto ir à 25 de março, mas quando recebo visitas ela acaba sendo parada obrigatória. Então, para compensar, volto ao meu árabe preferido.

É verdade que o restaurante está sempre cheio, mas nem por isso perde pontos no meu ranking. Você escolhe se servir nos balcões ou nas mesas, sendo que nessas é possível optar pelo rodízio ou pelo serviço à la carte. Mesmo para quem opta pelos pratos à la carte, as delícias vão sendo servidas ao tempo todo, por garçons que circulam entre as mesas. É impossível não salivar com as bandejas lotadas de quibes, esfihas e outros petiscos, todos quentinhos e preparados na hora.

Eu, particularmente, sou fã do arroz marroquino e preciso me controlar para não pedir toda vez a mesma coisa. Minha amiga Aline e eu experimentamos da primeira vez em que fomos lá e sempre rola um bis.



Mas o que é imperdível é a esfiha folhada de carne, também dica da minha amiga Jana. Nunca tinha provado nada igual!



E o quibe? Divino! Sou suspeita, já que desde pequena sempre fui fã dessa iguaria. Acho que era o salgado que eu mais consumia nas festinhas de aniversário. O do Raful é bem crocante, mas é sequinho e não fica escorrendo óleo.


A melhor parte é quando você abre o quibe e o recheio desmancha que é uma beleza. Impossível não querer repetir!


 E aos carnívoros de plantão, não pode faltar a famosa kafta:



Para finalizar, uma parte que não me interessou tanto (apesar de eu ser alucinada por sobremesas): os doces árabes. Eles simplesmente não me enchem os olhos.

Os vários doces ficam expostos no balcão, e, apesar da variedade de formatos, praticamente todos são feitos com nozes, o que me desestimula. Da última vez em que estive lá, aconteceu uma situação muito engraçada: pedi  à atendente que me explicasse a diferença entre os doces e ela me respondeu apenas que era "tudo nozes". Apontei um ou outro e ela continuou dizendo: "é tudo nozes". Me segurei para não gargalhar na hora (contando não parece engraçado, eu sei), mas diante da minha insistência ela apontou alguns que eram exceção: alguns são de pistache ou amêndoas, mas 90% "é tudo nozes".





Como sou formiguinha, escolhi dois doces, um para mim e outro para minha amiga Sandra, que me acompanhava na orgia gastronômica: um de nozes e outro de pistache. Achei ambos bem sem graça e a calda que eles colocam em cima (que é opcional) é extremamente açucarada e enjoativa. 


Em resumo: doces árabes não enchem meus olhos, mas para quem gosta de nozes acredito que os do Raful sejam excelentes.

Em 2010, o Raful abriu uma filial na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, quase na esquina da Avenida Paulista. Como eu odeio ir até a 25 de março, estive lá uma vez para matar a vontade de comer o arroz marroquino, mas me frustrei. Não que a comida seja ruim, mas a do original é muito mais gostosa. Pode ser preconceito, mas nunca acho que as filiais atinjam a qualidade originária.

Então, quem for nas redondezas da 25 de março e não estiver a fim de enfrentar as filas para comprar sanduíche de mortadela do Mercado Municipal na hora do almoço, a dica é o Raful. A satisfação é garantida.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Ponto Chic e o seu famoso bauru

Sabem aquele sanduíche que chamam de bauru? Sabem do que ele é feito? Eu confesso que até recentemente não sabia exatamente qual era o recheio certo. Seria queijo e presunto? Tem tomate ou não? Em alguns lugares, ele se parece com um enroladinho, em outros com uma esfiha. 

Segundo a história, o sanduíche ganhou esse nome em homenagem à cidade natal do estudante de Direito Casimiro Pinto Neto, que descreveu ao chapeiro o prato que gostaria de comer. E assim nasceu o prato mais famoso do Ponto Chic original, que fica no Largo do Paissandu e completou 91 anos em 2013.


Pois bem. Eu estava na Avenida Paulista e, por acaso, me vi em frente a uma das unidades do Ponto Chic, onde é possível encontrar o famoso bauru, o original, que custa quase R$ 20. Aproveitei que está tendo uma promoção por R$ 12 e entrei pra experimentar.

Não sei se não dei sorte ou se o atendimento não é tão bacana na unidade da Paulista, mas fiquei um certo tempo na mesa esperando e nada de garçom. Quando, enfim, fui atendida, pedi uma limonada, que estava bem gelada. A quantidade também compensou o preço (R$ 8,50).



Enfim, chegou o bendito sanduíche, que tem recheio de rosbife, três tipos de queijo (não sei quais) derretidos em banho-maria, tomate e pepino (sendo que esse último ingrediente não fazia parte do sanduíche original). A preparação do bauru pode ser vista nesse vídeo do Andando por São Paulo.

Sim, ele tem essa aparência de um simples pão francês.

Os queijos derretidos dão um charme.


Vamos ao que interessa: o sabor. Sinceramente, achei nada demais. Pra mim, é apenas um pão francês com bastante queijo, só que mais caro do que os demais. Achei que o queijo estava frio, e por isso tive a impressão de que o sanduíche estava pronto quando fiz o pedido ou que o garçom tinha demorado demais de levá-lo à minha mesa.

Sei que tem todo um contexto histórico por trás (contado num livro), mas em termos de gastronomia, não é nenhuma novidade. Talvez eu mude de ideia se visitar o Largo do Paissandu e me oferecerem um bauru mais apetitoso, mas, ainda assim, acho que R$ 20 é pedir demais.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Nas redondezas: Templo Zu Lai

O belo dia de ontem foi a ocasião perfeita para conhecer o Templo Zu Lai, um templo budista que fica em Cotia, na Grande São Paulo. Quem me sugeriu o passeio foi o meu amigo Leonardo Araújo e, por incrível que pareça, muita gente em São Paulo não sabe da existência desse lugar, que está entre as 201 coisas para se fazer em São Paulo.


Inicialmente, eu pensei em chegar cedo para acompanhar uma cerimônia, mas a preguiça matinal não me permitiu. Então, depois de aproximadamente 1 hora de ônibus e mais uns 15 minutos de caminhada, chegamos ao templo.

Buda na entrada do Templo

O lugar é lindo e, obviamente, rendeu muitas fotos. Mas nenhuma delas consegue captar a paz que o lugar passa. Para minha surpresa, muita gente teve a mesma ideia que eu. Resultado: grupos de turistas e famílias inteiras acabavam fazendo muito mais barulho que o desejado. Por mais que seja um templo religioso, a maioria das pessoas esquece disso e visita o lugar como se ele fosse um ponto turístico. Então, conseguir a calmaria e o silêncio foi uma tarefa bem difícil.


Primeiro conhecemos o Lago Zu Lai, que tem até carpas e cágados nadando nas suas águas. Para mim, foi o lugar mais agradável do templo, talvez por ter sido o mais silencioso. É tudo muito verde ao redor e é comum ver as pessoas deitadas na grama, tirando um cochilo sob a sombra de uma árvore.





Há várias estátuas espalhadas por toda a área. Algumas são tão perfeitas que parecem reais. 







No templo onde são realizadas as cerimônias, não é permitido entrar usando roupas decotadas. Como eu estava com os "ombros nus", me forneceram uma manta para que eu pudesse entrar na sala. Fora do horário de cerimônia todos podem entrar, em silêncio, e fazer suas orações. Na frente dessa mesma sala, você pode pegar um incenso e, apontando para o Buda (eles ensinam a forma certa de segurar), fazer agradecimentos e pedidos. 

Entrada da sala de cerimônias


Para matar a fome, são servidas apenas opções vegetarianas. O restaurante serve almoço por R$ 25 por pessoa, com direito a buffet livre, além de água, chá e sopa. Só não espere muita variedade nem comida saudável - havia salsicha (suponho que de soja) e tempurá de abóbora embebido em óleo. Após as 14h30, a única opção é a lanchonete, com salgados e doces. Se você quiser comer algo de origem animal, sugiro aproveitar o restaurante ao lado do templo, que funciona todos os dias e serve rodízio de sushi e pizza.

Aos domingos, o templo disponibiliza um ônibus gratuito que sai da Liberdade às 8h30 e retorna às 16h. Para quem não tem carro e não quiser arriscar ônibus intermunicipal, é uma boa pedida.

Um ótimo passeio para quem busca um pouco de paz em maio ao caos da metrópole.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ó do Borogodó

Ontem foi um dia em que eu queria sair de casa de qualquer jeito. Pensei em correr no Ibirapuera e desisti. Olhei as opções de filmes em cartaz no cinema e nada me atraiu. Eis que, jogando uma informação aqui e acolá no Google, surgiu o Ó do Borogodó.

A casa sequer tem site e é bem informal. Se você pensa que vai encontrar uma mega estrutura, vários garçons e gente cheia de frescuras, esqueça. O ambiente é simples e bem agradável.

Fabio Wright, numa resenha para a Veja São Paulo, escreveu que o lugar "pode ser considerado uma encarnação da Lapa carioca em São Paulo. Lembra em muitos aspectos certos botequins daquele pedaço boêmio do Rio de Janeiro, do público de jeitão desencanado ao ambiente sem frescura, passando pela programação ao vivo centrada sobretudo em samba e chorinho de qualidade". 

Todos os dias, há música ao vivo, geralmente samba ou chorinho, mas os músicos não ficam num palco, e sim num cantinho do salão. Muitos cantam lá há bastante tempo, como a Dona Inah. Nos banheiros, inclusive, há mensagens escritas por frequentadores em "homenagem" a ela: "Dona Inah, conheci Fulana num show seu", e outras do gênero.

Foto: Raul Zito
Há poucas mesas e, portanto, bastante espaço para quem quer dançar. O público é bem eclético: vi muitos turistas estrangeiros, mas com o passar das horas começaram a chegar pessoas que me pareceram ser frequentadoras assíduas. Todo mundo dançando com todo mundo, sem se preocupar com a falta de ritmo ou gingado.

O cardápio não é variado, mas as opções são baratas e com porções generosas. Comemos carne seca com abóbora, que estava deliciosa e ainda vinha acompanhada de pão. De sobremesa, banana da terra com sorvete. Simples, barato e delicioso. A caipiroska (ou caipirinha de vodka, como costumam chamar aqui) custa apenas R$ 14 com Absolut! As cervejas de 600 ml estão na faixa dos R$ 7.

Cobra-se um valor de entrada e o consumo é anotado numa fichinha com seu nome. Só é possível pagar com dinheiro ou cartão de débito, numa fila única, o que pode ser um pouco chato quando a música termina. Então, melhor se prevenir e pagar antes de todo mundo decidir ir embora.

Mesmo sendo um lugar que, de cara, parece "precário", o bom astral reina e perdura até a alta madrugada.
O Ó do Borogodó fica em Pinheiros, na Rua Horácio Lane, 21, quase na esquina da Rua Cardeal Arcoverde, atrás do Cemitério São Paulo. É de fácil acesso para quem vai de ônibus e tem serviço de manobrista para quem preferir ir de carro. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Nas redondezas: São Roque

Esse final de semana conheci um pouco da cidade de São Roque, conhecida pelo seu Roteiro de Vinhos. Há várias adegas em que se pode comprar vinhos da região a preço mais acessível. Já conheço alguns e e gostei bastante, mas é claro que não dá pra comparar com os vinhos famosos e caros que existem por aí.


Além dos vinhos, encontramos muito suco de uva e aquelas gostosuras que me remetem a Minas Gerais: doces de leite e de abóbora com coco, biscoitos de polvilho, goiabada... aos montes! 

Um dos lugares mais conhecidos é restaurante Vinhos Frank, que tem comida caseira.


O cardápio não tem muitas opções e os pratos para duas pessoas não custam menos de R$ 70, exceto o nhoque e o talharim, que custam R$ 26. Que disparidade, não?

O couvert, com pão e uma pasta de berinjela (modéstia à parte, a minha é mais gostosa), é cortesia. De entrada, optamos pela polenta frita, que eu conheci e aprendi a amar aqui em São Paulo. A porção, bem-servida, sai por R$ 9 e é bem sequinha, sem aquele gosto de óleo.



Como prato principal, escolhemos o nhoque ao molho bolonhesa acompanhado de um vinho bordeaux de fabricação local. Bom e barato.


As sobremesas não eram nada excepcionais. Optei por um brigadeirão, mas tinha doces de banana e de abóbora com coco, que me pareciam boas escolhas.

Ao lado do restaurante, há uma vendinha onde é possível degustar os vinhos e também mil outras coisas (queijo, salame e vários tipos de doces). Haja caloria!





Então, quem quiser sair da metrópole e dar uma passeada pelas redondezas de São Paulo, São Roque pode ser uma boa opção. Cidade pequena, tranquila e com opções gastronômicas diferentes. Só não pode fazer o roteiro do vinho, beber e depois dirigir, claro. 

Cantina Roperto

Antes mesmo de me mudar para São Paulo, já tinha ouvido falar das cantinas italianas no tradicional bairro do Bixiga. Com a visita do meu pai e da minha irmã na Páscoa, decidi que tinha chegado a hora de visitar um dos restaurantes mais antigos: a Cantina Roperto.
Logo na entrada, há um mural com fotos de várias celebridades que visitaram a Cantina. Chegamos cedo, então foi bem fácil encontrar uma mesa. Quando saímos, já havia muita gente, principalmente grupos enormes, geralmente famílias.
De cara, os preços do cardápio podem assustar um pouco, mas quando as porções chegam, a gente entende o porquê: são enormes! Éramos 3 pessoas, pedimos apenas 2 pratos e ainda sobrou. E olha que dispensamos o couvert e a entrada.
Optamos pelo nhoque de mandioquinha e pelo filé à parmegiana, com um vinho para acompanhar. O filé geralmente é acompanhado de arroz e fritas, mas como boa nutricionista, minha irmã pediu para trocarem por batatas ao forno. A porção de salada era imensa também.

Filé à parmegiana com arroz e batatas ao forno

Nhoque de mandioquinha (alguém sabe por que o Blogger não permite girar a foto?)

Ao final, ainda teve uma sobremesa, mas eu confesso que não me recordo qual foi, e nem tiramos foto para comprovar. Era boa, mas nada excepcional.

O diferencial é que toda noite tem música ao vivo. Então, enquanto a gente come, tem alguém cantando música italiana bem do nosso lado. Os músicos são uma simpatia e circulam por todo o restaurante, perguntando qual música as pessoas querem ouvir.


A comida é gostosa, o ambiente é legal, mas eu, particularmente, não achei nada excepcional. Vale a pena conhecer, principalmente para quem gosta de massas, mas na mesma rua há diversas outras cantinas. Então, eu não diria que a Cantina Roperto é um lugar indispensável numa visita à capital paulista.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

All Black Irish Pub

All Black é uma ótima opção para quem gosta de boa música e cerveja gelada. Eu não curto cerveja, mas me contento com a trilha sonora. O ambiente é bacana, há muitos garçons circulando o tempo todo (o que te libera de ficar indo ao balcão toda hora) e a faixa etária costuma ser acima dos 30 anos. 


Os shows geralmente terminam por volta das 2h, o que é considerado cedo, mas para quem não gosta de farra até altas horas, considero o ideal. E como está muito bem localizado nos Jardins, dá para sair de lá e procurar alguma outra diversão.

Só estive lá três vezes, e a minha única reclamação é que está sempre cheio e apertado. Então, se não quiser pegar fila e preferir ficar sentadinho enquanto curte o show da noite, é melhor chegar cedo, principalmente às sextas, sábados e vésperas de feriado.



Um detalhe que pode dificultar a vida dos beberrões: o banheiro fica no piso superior. Ou seja, quem passa um pouco da conta precisa subir uma escada relativamente alta para chegar até ele.

*Fotos obtidas no site oficial.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Um ano de amor

Há exatamente um ano, no dia do aniversário da cidade de São Paulo, eu saí de Salvador "de mala e cuia" e de peito aberto para tudo o que a vida tinha a me oferecer. Cheguei aqui numa quinta-feira sem nem saber onde ia morar, mesmo tendo ficado uma semana em busca de apartamento. Me arrisquei? Talvez. Mas quando a gente quer uma coisa, nada disso é obstáculo. No dia seguinte, fechei o contrato de hospedagem e pude, enfim, saber onde viveria pelos próximos seis meses. Não era o ideal, mas foi o que surgiu.
De lá pra cá, o que mudou? Muito. Eu diria que quase tudo. Eu mudei, a vida mudou, minha relação com as pessoas daqui e da Bahia mudou. Agora, já moro num apartamento que está começando a ter a minha cara. Tenho a sorte de trabalhar ao lado de casa, que é o sonho de todo mundo. Trabalho com gente muito boa, num ritmo muito bom, sem stress e fazendo o que eu gosto.
Descobri que nada sabia sobre São Paulo. Revi meus conceitos sobre os paulistas, que me receberam muito bem e nunca foram frios. Descobri gente educada e gentil, quando sempre me disseram que era o contrário. Descobri que dá pra andar de ônibus sem sofrimento, sem preconceito, sem medo. Nunca, por sequer um momento, me senti insegura aqui, mesmo sempre batendo pernas sozinha.
Eu amo essa cidade. Amo as opções que ela oferece, o verde dos seus parques (de dar inveja a qualquer cidade "não cinza") e a cor rosa meio alaranjada do céu quando o sol se põe. Amo seu trânsito, seu clima bipolar e o transporte público que, mesmo não sendo o ideal, nunca me deixou na mão. Amo morar perto do trabalho, dormir até mais tarde e almoçar em casa todos os dias. Amo conseguir comprar o que eu quero nos supermercados e feiras orgânicas sem pagar fortunas por isso. Amo ter acesso a museus, livrarias, teatros e cinemas espalhados por todos os cantos.
Muita gente ainda me pergunta quando é que eu volto pra Bahia e a minha resposta é sempre a mesma: "se Deus quiser, nunca mais". Eu sempre digo que nunca digo nunca pra nada, mas eu realmente acho que me encontrei aqui. E se nunca me identifiquei com a Bahia, por que voltar pra lá?
Mas as pessoas não entendem. Ou melhor: não aceitam. E são sempre as mesmas que me perguntam isso o tempo todo. Na cabeça delas, talvez seja loucura minha optar pelo clima bipolar de São Paulo, pela cor cinza (apesar de eu não enxergá-la), por não querer estar na praia todo sábado. Mas gosto é gosto. Nunca abri a boca pra dizer que quem gosta de morar na Bahia é louco. Simplesmente não quero estar lá.
Meu amigo Sergio, que é paulista de nascimento e baiano de coração, me diz que Salvador é boa pra passar férias, e eu concordo. Quando vou pra lá, passo um final de semana ou feriado e é o suficiente. Mais do que isso eu não aguento. Não sinto falta de Salvador. Sinto falta, sim, das pessoas que lá deixei, mas isso eu consigo superar nas rápidas visitas que faço ou recebo.
Em resumo: vivo muito bem, obrigada, e me sinto feliz como há muito tempo não me sentia. E isso, amigos, é o que importa.
Parabéns, São Paulo, pelos seus 459 anos, e obrigada por ter me recebido tão bem. Que seja infinitivo enquanto dure esse amor.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sites essenciais

Na minha busca por lugares para visitar, venho descobrindo vários sites que considero essenciais para quem quer conhecer a cidade de São Paulo. Vamos a alguns deles:

Turismo em São Paulo: site oficial de turismo da cidade de São Paulo, contém todas as informações úteis em português, inglês e espanhol. As dicas são sempre atualizadas com a programação semanal de shows, teatro, exposições, etc.

Veja São Paulo: guia da revista Veja com tudo de bom na cidade. Sempre traz posts temáticos, como, por exemplo, onde comer uma boa comida vegetariana. Uma boa opção pra quem já está na cidade é passar numa banca e comprar a revista da semana, que contém toda a programação.

Catraca Livre: guia de lugares, principalmente em que a entrada é gratuita (vem daí o nome do site), mas contém todo tipo de informação, não só da capital, como também da região metropolitana.

São Paulo para Iniciantes: já citei esse blog algumas vezes por aqui. É escrito por uma "forasteira", como eu, que mora aqui há mais de 3 anos. Já fiz alguns passeios depois de ler as dicas dela.

SPTrans: tudo sobre o transporte público na cidade.

Sampa Online: portal de serviços e guia cultural, com descontos em ingressos de diversos programas culturais na cidade.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Quintal dos Orgânicos


Lendo uma matéria na Veja São Paulo, descobri a existência do Quintal dos Orgânicos, que é um restaurante e, ao mesmo tempo, uma loja de produtos orgânicos. Como eu estava precisando fazer uma compras de legumes e verduras, uni o útil ao agradável e fui almoçar lá.
De início, gostei do ambiente. Mesas e cadeiras rústicas, lugar agradável e, pra completar, fica na Vila Madalena. Mas me decepcionei quando a garçonete me informou que, infelizmente, o buffet de saladas não estava disponível ontem.  Não tive sorte.
Eu deveria ter ido embora, pois parecia que era um aviso de que eu não sairia de lá muito feliz. Mas, ainda assim, decidi sentar para ver o cardápio. Por causa da dieta de desintoxicação, eu não podia comer quase nada, exceto o prato do dia, que foi a minha escolha.
Primeira surpresa: os preços. A jarra de suco do dia (mamão e laranja) custava R$ 15 (500ml) e R$ 24 (1l). Estava delicioso, mas não justifica.

Tudo orgânico: vinho, azeite, vinagre e suco inflacionado
Pelo preço do prato do dia (R$ 38) eu esperava algo muito bem servido e/ou absurdamente delicioso. Mas não. Era uma porção relativamente pequena e o sabor era praticamente igual à comida que eu mesma faço em casa.

Frango, arroz e batatas pela "bagatela" de R$ 38
Depois da decepção na refeição (e no bolso), a minha esperança era conseguir comprar algo na lojinha de orgânicos. Apesar da quantidade de itens (de fraldas descartáveis a vinho), os preços eram muito caros. Não é nenhuma novidade que os produtos orgânicos são mais caros do que os comuns, mas a diferença era assustadora. Resultado: as minhas ecobags voltaram para casa vazias.



Cosméticos

Massas

Produtos de limpeza

Em resumo: valeu a pena conhecer porque eu tinha curiosidade, mas não volto mais para almoçar. As pizzas orgânicas até parecem ser interessantes (salgadas de 35cm e doces de 25cm, ambas a partir de R$ 42), mas fico até com receio de arriscar e quebrar a cara de novo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Como se locomover em São Paulo

São Paulo é a maior cidade do país, mas nem por isso é assustadora quando o assunto é locomoção. Antes de me mudar pra cá, vim a passeio três vezes, e na primeira já andava pra cima e pra baixo sem precisar de carro ou táxi (minha tia e o meu primo ficavam surpresos com a minha "liberdade"). O transporte público funciona, ainda que necessite de melhorias.
Hoje, quase um ano após a minha mudança, prefiro não ter carro porque simplesmente não preciso de um. É claro que o fato de morar ao lado do escritório facilita muito a minha vida, mas eu realmente acho que é possível viver sem depender de um automóvel. Acho uma insanidade quem compra dois carros pra não abrir mão de ficar sem um quando tem rodízio.
Bom, pra começo de conversa, aqui tem metrô, o que já faz uma diferença absurda. Por incrível que pareça, o metrô de São Paulo é considerado o segundo melhor do mundo! Surpreso com essa informação?! Eu também fiquei, mas é verdade. Para chegar a essa conclusão, os especialistas analisaram vários aspectos além da quantidade de linhas, e a limpeza é um deles. O metrô de São Paulo tem seus problemas, sim, mas de fato é muito limpo, coisa que não acontece em uma grande parte das cidades europeias. Raramente se vê, por exemplo, coisas quebradas por vandalismo.
Também é muito fácil andar de ônibus por aqui. Eu, particularmente, uso muito mais os ônibus do que o metrô, e para isso conto com a ajuda do meu melhor amigo Google Maps e, em último caso, da SPTrans. O Google te diz o horário em que o ônibus passa, quantas paradas te separam do seu destino, de quanto em quanto tempo o ônibus passa novamente, etc. É simplesmente fantástico. Se você não tiver como acessar a internet, dá pra telefonar para a SPTrans, dizer o seu itinerário e a atendente te informa que ônibus ou metrô você deve pegar.
Se você precisa pegar mais de uma condução no intervalo de 3 horas, é melhor que tenha o Bilhete único, que permite que você use 4 ônibus pela mesma tarifa de R$ 3. E se usar ônibus + metrô (ou o contrário), paga apenas R$ 1,65 pelo segundo transporte. Eu não sabia como funcionava antes de morar aqui, então toda vez tinha que pagar R$ 3 e, no caso do metrô, precisava enfrentar fila para comprar os bilhetes. 
Um detalhe: aos domingos e feriados, com o bilhete único você pode utilizar até 4 transportes no período de oito horas, desde que a última recarga tenha sido de, no mínimo, R$ 12.
Por último, mas não menos importante: vale a pena caminhar para sentir a cidade. Sei que nem sempre é seguro e que todo mundo tem uma imagem de que São Paulo é violenta - a TV só mostra coisa ruim - mas, sempre que possível, faça passeios a pé. É só assim que a gente percebe a cidade de verdade. Há pontos interessantes que são próximos (por exemplo, a Catedral da Sé é bem perto da Liberdade) e não vale a pena pagar uma passagem de metrô/ônibus, não só pelo custo como pela perda no passeio.


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Praça Benedito Calixto

Eu confesso que até pouco tempo atrás eu nunca tinha ouvido falar da Praça Benedito Calixto. A primeira vez em que estive lá foi por indicação da minha amiga Izabel, mas cheguei bem tarde e já não encontrei nada interessante. Ainda bem que eu tentei conhecer de novo porque é um ótimo lugar para ir aos sábados, por alguns motivos que eu vou contar a vocês no post de hoje.

O primeiro, e talvez, o mais famoso deles, é a feirinha de antiguidades. Muita gente vai à Praça para comprar ou, pelo menos, dar uma conferida nas coisas antigas. Tem de tudo! Desde moedas, selos e LPs  antigos até bonecos e maçanetas. Confesso que nada disso me interessa, mas gosto não se discute.








Quem não curte antiguidades mas gosta de artesanato e afins, também há opções de bolsas, sapatos, quadros e outras "quinquilharias" de vários tipos. Há um casal de senhores muito simpáticos que vendem calçados. Conheci ambos na feira da Praça da República, que acontece aos domingos, e voltei na barraca deles para trocar o tamanho dos sapatos que comprei para a minha avó. Comprei um par para mim também. SUPER confortáveis.




Bem no meio da Praça, há a parte "gastronômica", com o famoso pastel (quer coisa mais paulista do que isso?), sucos, culinárias baiana e portuguesa e doces dos mais variados. Quem quer uma opção saudável só  vai encontrá-la em uma barraca, que vende sucos naturais e salgados integrais. De resto, tem que abstrair as calorias.


O típico pastel paulistano, que vai muito bem com caldo de cana

Barraca de culinária portuguesa

Doces e mais doces

Acarajé e outras delícias da culinária baiana
Ainda para quem quer fazer compras, ao redor da praça tem diversas lojinhas com apetrechos para casa, roupas, sapatos, ímãs divertidos, azulejos personalizados, dentre outras coisas. 

Azulejos divertidos
O Empório Carol Martini é voltado para decoração, mas o Espaço Carol Martini tem itens de vestuário. Foi onde comprei minha nova sapatilha (em São Paulo, chamam de "rasteirinha") por R$ 79. Confesso que fiquei confusa com tanta coisa que tinha pra ver e voltarei lá com mais calma para conseguir bisbilhotar tudo. Vocês podem ver tudo no site Carol Martini

Um lugar que eu também adorei foi o Mercado Pop, que fica em frente à praça, na Rua Teodoro Sampaio. São várias lojinhas (se não me engano, apenas femininas) que vendem roupas diferentes das que se vê por aí em shoppings. Comprei dois vestidos na Bandaid Rosa por cerca de R$ 100 cada e só não comprei mais porque estava com pressa.

Se nada disso for do seu agrado, ainda tem um último motivo para visitar a Praça: ver gente e beber nos bares/restaurantes ao redor. Em alguns momentos, eu me sentia em uma "balada" mesmo, de tanta gente nas calçadas. E o público é bem variado. Tem muita gente "alternativa", mas também pessoas, digamos, "normais".

Saldo da minha visita à Benedito Calixto: um ímã de geladeira do Peanuts, uma sapatilha preta, dois vestidos, um chaveiro e um body do SuperMan pra dar de presente a um baby que está chegando. Imagine se eu tivesse paciência para compras ou se não estivesse MUITO quente? Seria um estrago no orçamento.